04mar 22

VIDA DE IMIGRANTE NA ESPANHA (PARTE I)

Morar no exterior é um sonho de muita gente. Mas, para ser realista, você precisa saber a diferença entre fazer turismo e viver em outro país. Seja para aprofundar seus estudos, mudar de área, ter as melhores condições de trabalho ou apenas aprender um novo idioma, mudar não é tarefa fácil.

É importante que as expectativas estejam alinhadas com os desafios que você vai encontrar no país escolhido. Além de se preparar financeiramente e psicologicamente.

Faz um tempo que não venho aqui, em partes, por todas as mudanças que passei no último ano. De morar sozinha, a morar com meus pais enquanto me desfazia de todas as minhas coisas, já com passagem comprada para Espanha, que deveria acontecer em fevereiro de 2021.

Por causa da COVID-19, todas as fronteiras estavam fechadas e com isso fui impedida de viajar. Em setembro, do mesmo ano, minha namorada e eu fizemos uma união estável no Brasil, que posteriormente teríamos que validar na Espanha, já que ela é espanhola.

Por conta dos diversos golpes de imigrantes que se casam só para conseguir cidadania, a burocracia é imensa. Para quem precisa validar a união, realizada em outro país com um cidadão europeu, vai precisar comprovar no mínimo, um ano de relacionamento. O que pode levar até três meses de análise.

Após a resposta, o requerente tem o direito de recorrer, fazendo com que o processo volte para análise de mais 15 dias. É importante ressaltar que durante essa análise o imigrante não pode trabalhar legalmente no país. A única forma de não trabalhar ilegalmente é pedindo asilo na polícia, mas para isso é necessário cumprir alguns requisitos, que você pode consultar aqui.

Alguns pontos importantes antes de viajar:

  • Apostilar o diploma e o conteúdo programático do curso (para quem quer trabalhar na área em que já atua);
  • Reunir documentos que comprovem pelo menos um ano de união ou relacionamento (para quem precisa validar a união com um cidadão europeu);
  • Ter uma reserva de dinheiro enquanto espera a validação da documentação, ou manter um emprego no país de origem;
  • Os espanhóis valorizam muito a educação do país, então buscar um curso em um instituto, pode ajudar na hora de buscar emprego (eu, por exemplo, faço um máster no Isnib);
  • Se prepare para trabalhar em qualquer coisa. Não espere conseguir atuar na sua área logo de cara, aqui os espanhóis sempre têm prioridade nas vagas de emprego.

Nem preciso falar que saber o idioma é fundamental, no meu caso, eu já praticava e tinha uma base, o que me ajudou muito na transição. Mesmo vivendo na Galícia, onde falam um “portunhol” (galego), é preciso saber o básico.

Um conselho que recebi de uma amiga que havia se mudado para a Austrália, foi buscar ajuda psicológica assim que chegasse no país. Estar em um lugar totalmente novo, sem fluência no idioma, longe da família e amigos nos afeta de diversas formas. Ter uma rede de apoio nestes momentos é importante.

Em breve volto aqui e conto um pouco mais.

Por .

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