RELACIONAMENTO AMOROSO NA VIDA DO AUTISTA
Conhecer profundamente o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é o primeiro passo para as pessoas que desejam estabelecer um vínculo amoroso com um indivíduo autista.
A pessoa com autismo apresenta o desenvolvimento de seu organismo com os mesmos marcadores entre a infância, adolescência e vida adulta de uma pessoa que não é autista. O que muda para esses indivíduos é o repertório comportamental para lidarem com as relações.
De acordo com Larissa Aguirre – Psicóloga e Analista do Comportamento – Supervisora ABA do Grupo Conduzir: “Independentemente do grau do TEA, suas características refletem diretamente em seus relacionamentos amorosos, porém em diferentes níveis de intensidade. Quanto maior o nível de apoio (exigindo apoio muito substancial), maiores serão os desafios em relação a esse aspecto.
Os estudos indicam que os deficits em habilidades sociais, de comunicação, os interesses restritos e repetitivos e a hipersensibilidade são possíveis fatores limitantes do desenvolvimento sexual nas relações amorosas. Alguns dados apontam para a identificação de desejos sexuais voltados especialmente a vivências solitárias da sexualidade e menor frequência de práticas sexuais com outra pessoa, em comparação à população como um todo”, reforça Larissa Aguirre.
As principais dificuldades encontradas pelas pessoas com TEA durante um relacionamento amoroso estão relacionadas com habilidades que são pré-requisitos para a vivência da sexualidade, como:
– iniciar interação social;
– dosar o uso do humor;
– habituar-se melhor às mudanças inesperadas;
– desenvolver um equilíbrio entre o falar e o ouvir;
– compreender que seu interesse por assuntos específicos pode não ser compartilhado por outros etc.
O envolvimento social com amigos e colegas desempenha também um papel importante e está diretamente relacionado ao nível de dificuldade em se engajar em relações amorosas. Entender os fatores e as características do autismo são pontos-chaves de empatia para ajuda-los nessas situações.
Por essa razão, para se relacionar amorosamente com uma pessoa autista, é essencial ter paciência e compreensão. É fundamental que a pessoa que se relaciona explique claramente como se sente e o porquê de suas emoções.
É necessário dizer que não temos um manual para se relacionar com um indivíduo autista. Estaríamos, mais uma vez, reforçando o preconceito social em relação ao estereótipo popular criado.