DANÇA DO VENTRE E A AUTOESTIMA FEMININA

Diante de um espelho imenso, música árabe e um lenço de quadril com diversas miçangas e pedrarias coloridas, fui sendo instruída a realizar diversos passos em sequência, que exigiam muita habilidade da minha parte – já que sou bem desengonçada – e que no final me encheu de orgulho, resultando em uma vivência muito divertida.
Além da experiência desafiadora no estúdio, conversei também com a Cibele Felix, professora de dança do ventre, que nos falou sobre a parte pouco conhecida da dança, que reflete positivamente na autoestima e bem estar de quem pratica as aulas. Acompanhe a entrevista:

SMART GIRLS: Como foi o seu primeiro contato com a dança?
Cibele Felix: Sempre amei dança, desde a infância, mas tinha uma predileção inexplicável pela dança do ventre. Comecei a minha vida profissional muito cedo, além disso, a conciliava com os estudos. Quase não tive tempo para hobbies. Após concluir a faculdade de jornalismo, em 2001, decidi fazer dança e escolhi a dança do ventre. Comecei em uma academia na Vila Mariana, bairro da zona sul de São Paulo. A modalidade estava no auge por conta da novela O Clone. Então, não foi difícil encontrar aulas, logo na primeira me identifiquei profundamente. Com o final da novela as minhas colegas de classe se desinteressaram e o grupo chegou ao fim. Restando apenas eu como aluna, a professora não pode permanecer no espaço. Mas não desisti! Passei a fazer aulas com a mesma professora em outro local. Depois disso, conheci outras professoras de ventre, até que em 2004 passei a estudar com a minha mestra, Angélica Rovida, que amorosamente me guiou pelo fantástico, místico e sedutor caminho da dança do ventre.
SMART GIRLS: Quando se tornou professora?
Cibele Felix: Durante os meus estudos com a Angélica Rovida, que vigorou por mais de 10 anos, fui preparada para dar aulas também. Comecei como “estagiária”, e substituía a professora quando necessário. Em 2008, assumi formalmente minha primeira turma.
SMART GIRLS: Quais são os diferenciais da dança do ventre em relação a outros estilos?
Cibele Felix: A dança proporciona às praticantes algo que hoje está difícil de acontecer: olhar verdadeiramente para si. Normalmente a duração de uma aula de dança do ventre é de uma hora e meia, e neste período a mulher tem a atenção voltada totalmente para si, para o seu corpo. Não há ruídos ou interferências, isso a conecta imediatamente com o seu interior. Praticar ventre proporciona o aumento da concentração, da coordenação motora, da agilidade, do equilíbrio e pode queimar até 500 calorias em uma aula intensa, com duração de uma hora e meia. Esse conjunto proporciona uma incrível transformação. A sensação de bem estar causada pela dança do ventre faz com que haja o aumento da autoestima e os momentos de concentração são responsáveis pela melhora do autoconhecimento.
- Cibele Felix em apresentação. Foto: Angelo Jr
- Cibele Felix em apresentação. Foto: Angelo Jr
SMART GIRLS: Qual é o maior desafio no processo de aprendizagem?
Cibele Felix: Desafiar-se é o maior desafio. A dança do ventre é milenar, além disso é uma arte oriental e, assim como todas elas, depende de paciência, disciplina e prática.
SMART GIRLS: Quais são os benefícios da dança para o corpo e a autoestima?
Cibele Felix: A mulher que pratica ventre se torna mais autoconfiante. Os motivos que levam a isso são o bem estar que a modalidade promove e o autoconhecimento. Como atividade física: fortalece intensamente a musculatura abdominal e pélvica. As pernas, os braços e os glúteos também são fortalecidos e enrijecidos. Há ganho de tônus muscular. A elasticidade também melhora muito por conta do alongamento. Assim como coordenação motora, atenção, concentração, agilidade e equilíbrio
SMART GIRLS: Quais são os resultados obtidos com a dança?
Cibele Felix: Felicidade, bem estar, qualidade de vida e o mais importante, autoconhecimento. Em um mundo tão voltado para o exterior, a dança do ventre nos convida a interiorizar e a nos conhecermos um pouquinho melhor.
