14abr 16

Aplicativo anti assédio Sai Pra Lá

sai pra la

Nunca nos últimos anos se ouviu falar tanto em sororidade. Mulheres tem se unido em diversos lugares, de diferentes formas para combater preconceito, violência, machismo e tudo que é derivado.

Vejo no Facebook grupos de cultura pop voltados para o público feminino como Minas Nerds, grupos de couchsurfing como o Couchsurfing das mina e por aí vai. Esses são apenas dois exemplos do qual participo, mas as opções não param por aí.

Catharina Doria tinha 17 anos quando cansou das grosserias disfarçadas de elogio na rua e começou a desenvolver o Sai Pra Lá, um aplicativo que permite mapear caso de assédio sofridos nas ruas. Com ele é possível anotar o tipo de assédio, local, hora e onde ocorreu se a vítima preferir de maneira anônima.

O assédio em sua vida, começou cedo aos 9 anos de idade enquanto andava com sua madrinha na rua e teve que ouvir gracinhas de um cara bem mais velho. Hoje com 18 anos se dedica a ajudar mulheres que também vivenciaram algo parecido.

Conversei com ela pra entender um pouco mais sobre o projeto e suas motivações para iniciá-lo. Confira a entrevista, abaixo.

Viviane Leone: Você sempre teve vontade de criar um aplicativo ou a ideia veio depois?

Catharina Doria: Nunca tinha pensado nisso!

Viviane Leone: Pretende fazer algum curso de graduação superior na área de comunicação ou tecnologia?

Catharina Doria: Quem sabe! Realmente estou bem perdida quanto ao meu futuro!

Viviane Leone: Como surgiu a ideia de criar esse aplicativo?

Catharina Doria: Eu estava andando na rua quando um senhor, ele devia ter uns 50 anos, me chamou de gostosa e disse que ia me “levar pra casa”. Fiquei com medo de responder, já que sempre li histórias de mulheres que apanharam depois. Tive a ideia e chamei dois amigos: o Thiago, que é desenvolvedor, e a Mari, que é designer. Disse que não tinha dinheiro, mas tinha uma ideia. Eles me apoiaram e aqui estamos.

Viviane Leone: O que você espera com ele?

Catharina Doria: No primeiro momento quero chocar a população. Vamos lá: em uma semana de existência, o app já tem 7 mil assédios registrados. Quando tivermos números mais “alarmantes” para mostrar para o Estado (milhões), queremos entrar com cobranças de medidas preventivas – palestras, cartazes, projetos, sei lá.

Viviane Leone: Quantas pessoas em média já se registraram no aplicativo?

Catharina Doria: Mais de 35 mil.

Viviane Leone: Como seus pais e amigos reagiram quando você contou a ideia de criar esse app?

Catharina Doria: Minha família me apoiou desde o início. Meus amigos só ficaram sabendo depois que lancei. Mantive isso um segredo.

Viviane Leone: Quais os planos para o aplicativo no futuro?

Catharina Doria: Tenho incontáveis planos, como adicionar linhas de trem/metro, traduzir pro espanhol e inglês, adaptar pra Windows Phone (que está sendo cobrada por muitas pessoas) – mas tudo isso só conseguirá se concretizar quando tivermos verba. Quem sabe?

Dados 22 de novembro de 2015 Dados 22 de novembro de 2015 Reprodução Facebook Reprodução Facebook

Depoimento

O projeto ficou tão grande que agora a Catharina tem um canal no Youtube onde fala sobre empoderamento feminino.

Por .

Comente pelo Facebook

Comentar