06ago 18

A MENSAGEM DE ADORE DELANO

Fui convidada pelo @wmais_ para ir  ao show de uma das minhas drags preferidas de “RuPaul´s Drag Race”, Adore Delano, que veio ao Brasil com a turnê de seu álbum Whatever e se apresentou no Teatro Bradesco. Danny Noriega, 28 anos, foi vice-campeão da sexta temporada, mas soube levar o destaque e os louros como se fosse o verdadeiro ganhador.

Não vou entrar nos méritos do porque o programa é bom e ajuda diversos jovens que buscam identificação e veem no drag uma maneira de se expressar, mas vou falar da responsabilidade social que cada participante carrega como influenciador de uma geração. Adore é uma das participantes mais autênticas e verdadeiras. Dona de uma sagacidade sem igual e extremamente acessível seja durante as pausas de música e outra quando interage com os fãs, ou contando alguma história relacionada as suas canções.  Dificilmente você vai ver uma artista tão completa.

Com melodias inspiradas no grunge, é possível reconhecer a influência do Nirvana em “27 club“, música que marcou sua fase nas drogas e recuperação. A voz masculina e rouca conflita com o figurino feminino, mas é calorosa, rica e emotiva. Delano aborda arte musical como a vida e essa é a mensagem que ela transmite. Sabendo que muitos dos fãs a idolatram, vemos uma artista inclusiva e convidativa.

Talvez ela não seja o tipo de pessoa que a maioria considere um ‘bom exemplo” e justamente por isso ela seja.

Como qualquer ser humano que não está livre de cometer erro, ao expor isso em suas letras ela leva aos fãs a possibilidade de identificação e isso faz com que se sintam melhores sobre si mesmos, além de sempre incentivá-los a colocar suas angústias pra fora.

No show, que só não ocupou todos os acentos porque a plateia resolveu curtir de pé, vi pessoas de todas as idades e sexualidades. A maioria jovens sem medo de expressar sua personalidade através da moda. Há algo libertador em uma pessoa de corpo masculino que brinca com sua feminilidade. É a licença poética livre de julgamentos que estar nesse tipo de evento proporciona.

Da esquerda para direita: Guilherme Morphosi, André Christofoletti e João Otávio

 

Charles Brendo e eu na entrada do Teatro Bradesco Tiffany Bradshaw e Charles

 

Ir nesse show foi uma experiência incrível, vi jovens com seus vinte e poucos anos naquela fase de auto descoberta – um momento de festa, um momento de realização, um tempo de crescer, ser louco. Aprendendo com as experiências de quem sabe o que é ser julgado e sofrer preconceito transmitindo sua verdade no palco.  Se “RuPaul´s Drag Race” projetou Adore Delano para o mundo, definitivamente foi sua capacidade de ser original e talento que a levaram para o topo.

 

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